A flor de lótus (
Nelumbo Nucífera) é uma planta aquática que floresce sobre a água, da mesma família
das ninfeáceas ( mesma família da vitória-régia) nativa do sudeste da Ásia,
habitante de cursos de água lentos ou lagoas de água doce, vivendo a pouca
profundidade.
No oriente a flor de lótus
significa pureza espiritual. No simbolismo budista, o significado mais
importante da flor de lótus é a pureza do corpo e da mente. A água lodosa que
acolhe a planta é associada ao apego e aos desejos carnais, e a flor imaculada
que desabrocha sobre a água em busca de luz é a promessa de pureza e elevação
espiritual. É simbolicamente associada à figura de Buda e aos seus
ensinamentos. No Japão, por exemplo, esta flor é tão admirada que, quando chega
a primavera, o povo costuma ir aos lagos para ver o botão se transformando em
flor.
Nas religiões asiáticas,
a maior parte das divindades costumam surgir sentadas sobre uma flor de lótus durante
o ato de meditação.
A flor de lótus fechada
ou em botão é um simbolismo das infinitas possibilidades do Homem, enquanto que
a flor aberta representa a criação do Universo.
Lótus é o símbolo da
expansão espiritual, do sagrado, do puro.
A lenda budista nos relata que
quando Siddhartha, que mais tarde se tornaria o Buda, tocou o solo e fez seus
primeiros sete passos, sete flores de lótus cresceram. Assim, cada passo do
Bodhisattva é um ato de expansão espiritual. Os Budas em meditação são
representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual
na meditação (dhyana) está simbolizada pelas flores de lótus completamente
abertas, cujos centros e pétalas suportam imagens, atributos ou mantras de
vários Budas e Boddhisattvas, de acordo com sua posição relativa e relação
mútua.
Do mesmo modo, os centros da
consciência no corpo humano (chacras) estão representados como flores de lótus,
cujas cores correspondem ao seu caráter individual, enquanto o número de suas
pétalas corresponde às suas funções.
O significado original deste
simbolismo pode ser visto pela semelhança seguinte: Tal como a flor do lótus
cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo sua flores
somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos,
terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano,
expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos
turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da
profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada (bidhicitta), a
incomparável jóia (mani) na flor de lótus (padma). Assim, o arahant (santo)
cresce além deste mundo e o ultrapassa. Apesar de suas raízes estarem na
profundidade sombria deste mundo, sua cabeça está erguida na totalidade da luz.
Ele é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz,
do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da
universalidade ilimitada, do formado e do sem forma, do Samsara e do Nirvana.
Se o impulso para a luz não
estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra,
o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior
consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais
profunda ignorância, nem mesmo num estado de completa inconsciência um Iluminado
nunca poderia se erguer da escuridão do Samsara.
A semente da Iluminação está
sempre presente no mundo, e do mesmo modo como os Budas surgiram nos ciclos
passados do mundo, também os Iluminados surgem no presente ciclo e poderão
surgir em futuros ciclos, enquanto houver condições adequadas para vida
orgânica e consciente.
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